terça-feira, 15 de março de 2011

Entenda o terremoto que atingiu o Japão

Entenda o terremoto que atingiu o Japão
Tremor de 8,9 de magnitude ocorreu às 14h46 no horário local.
Tsunami atingiu a maior ilha do arquipélago japonês.
Do G1, em São Paulo
Às 14h46 (horário local; 2h46 em Brasília) desta sexta-feira (11) um terremoto de 8,9 graus de magnitude atingiu o arquipélago do Japão. Foi o mais forte terremoto registrado no Japão e o sétimo na história do mundo
Clique na figura para ampliar.


Fotos: terremoto e tsunami no Japão -
Tremor de magnitude 8,9, o pior da história do país, foi seguido por terremotos secundários e gerou maremotos.

Crise na Líbia

Crise na Líbia: rebelião ou guerra civil?
Especialistas duvidam de conflito prolongado como o que ocorre em outros países da África
Vinte e oito dias após Mohamed Bouazizi ter ateado fogo ao próprio corpo, e com isso detonado a revolta na Tunísia, o presidente Zine al-Abidine Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita.
Foram necessários apenas 18 dias de protestos nas ruas para forçar o presidente Hosni Mubarak a deixar o poder no Egito e fugir para o balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho.
Na Líbia, o coronel Muamar Khadafi prometeu 'lutar até a última bala'.
Os rebeldes, que agora sentiram o gosto da liberdade, estão igualmente determinados - ainda que drasticamente menos bem armados.
'Acho que vai ser uma batalha longa', diz o professo George Joffe, especialista em Líbia do Centro de Estudos Internacionais em Cambridge. 'E não vai ser bonita', vaticina ele.
Até o momento, a Líbia é uma terra dividida. Uma rachadura corre através do país, entre a metade oeste da Líbia, controlada em grande parte por Khadafi, e a parte leste, que se revoltou em primeiro lugar contra ele, no mês passado.
A linha de frente da batalha no leste muda aqui e acolá ao longo da estrada costeira que corre pelo país - grande e rico em petróleo. Mas, em grande parte, a linha de frente se encaixa em uma divisão que tem raízes na História líbia.
Divisões históricas
A bandeira que agora tremula no leste - e em áreas do oeste sob controle da oposição - é a da monarquia. O rei Idris, que foi derrubado por Khadafi em 1969, vem da região leste da Cirenaica. Nos tempos romanos, a Líbia estava dividia entre a Cirenaica, no leste, Tripolitânia, no oeste, assim como por Fezzan, no Sul.
O povo originalmente nômade da Cirenaica tem uma história de rebeliões. E as políticas implementadas por Khadafi fomentaram seu ressentimento.
'Khadafi conseguiu antagonizar com o povo da Cirenaica ao negligenciar a região', diz Joffe.
Mas, a longo prazo, segundo o professor, a Líbia não deve permanecer dividida. 'Todos agora se sentem líbios', diz ele. 'Os líbios não querem um país dividido e Khadafi não vai tolerar isso. Acho que, no fim, vai haver um golpe interno contra ele'.
Por enquanto, Khadafi luta com todas as forças contra os rebeldes. Mas Richard Dowden, autor e diretor da Royal African Society, não acredita que o conflito na Líbia se encaixe no padrão de outras guerras civis africanas.
'A idéia de uma guerra civil prolongada como a que existe no Congo parece improvável, por conta do território do país', diz ele. 'A Líbia é (feita de) áreas urbanas e deserto, não há onde se esconder. Então é uma equação simples. Quanto poder de fogo você tem?'
Ou o quanto você está preparado para usar? Khadafi não mobilizou todo poder de suas forças armadas. Mas o ataque a Zawiya, a oeste de Trípoli, marca uma escalada significativa de seu contra-ataque. No leste, ele também vai querer garantir que a cidade portuária petrolífera de Ras Lanuf esteja firmemente sob controle do governo.
'O petróleo é chave, porque gera todas as divisas que a Líbia tem', diz Joffe.
'Ras Lanuf é um dos principais pontos de carregamento, então controla quem tem o dinheiro do petróleo. Mas acho que o regime tem recursos suficientes para se manter por alguns meses'. À medida que a comunidade internacional tenta resolver sobre como responder à crise, Joffe alerta que 'não há boas opções' para uma intervenção.

Revoltas chega na Líbia

Onda de revolta chega à Líbia e ao Iraque e ganha força no Irã, Iêmen e Bahrein
France Presse
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DUBAI, 16 Fev 2011 (AFP) -Os protestos que abalam o mundo muçulmano desde as revoltas na Tunísia e Egito chegaram à Líbia e aumentaram as tensões nesta quarta-feira no Irã, em Bahrein e Iêmen.

No Iêmen, duas pessoas morreram vítimas de tiros disparados pela polícia em Aden e pelo menos outras duas ficaram feridas durante um protesto nesta cidade do sul do país.

Uma delas ficara gravemente ferida anteriormente por disparos da polícia de choque durante uma concentração.

Os manifestantes tomaram de assalto a sede da subprefeitura de Mansura, um dos bairros de Aden, e incendiaram quatro veículos. As forças de segurança atiraram para dispersar os manifestantes, que responderam atirando pedras contra os policiais.

Em Sanaa, a capital, milhares de estudantes e advogados gritavam "Depois de Mubarak, Ali", em referência o presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos.

Os manifestantes tentaram chegar à praça Tahrir (Libertação), que tem o mesmo nome da praça do Cairo, epicentro da revolução, mas as forças de segurança impediram o avanço.

Centenas de partidários do partido Congresso Popular Geral (CPG, no poder) atacaram os manifestantes com cassetetes, facas e pedras.

O protesto foi organizado por estudantes e integrantes da sociedade civil. A oposição parlamentar, que decidiu retomar o diálogo com o regime, não participou.

Em Taez, ao sul da capital, milhares de manifestantes pediram mudança de regime e oito pessoas ficaram feridas quando a polícia dispersou o protesto, segundo testemunhas.

No Irã, a oposição reformista conseguiu organizar na segunda-feira a primeira manifestação contra o governo em um ano em Teerã, apesar das advertências das autoridades, que proibiram qualquer protesto e mobilizaram amplamente as forças de segurança.

Em resposta, o regime iraniano convocou um dia "de ódio e ira" para a sexta-feira contra a sublevação dos chefes da oposição Mir Hussein Mousavi e Mehdi Karubi, num momento em que se multiplicam os chamados para que estes sejam castigados pelos protestos de segunda-feira contra o governo.

Em Bahrein, apesar da proibição, milhares de pessoas voltaram a protestar contra o governo durante o enterro em Manama de um estudante morto na véspera durante um protesto.

Mais de 2.000 pessoas participaram do funeral de Fadel Salman Matruk, baleado durante um protesto, em frente ao hospital onde era velado outro manifestante xiita morto.

"O povo quer derrubar o regime", gritavam os manifestantes, retomando slogans das revoltas que já derrubaram regimes autoritários de Tunísia e Egito.

O ministro do Interior, xeque Rashed bin Abdullah Al Khalifa, apresentou nesta quarta-feira desculpas e anunciou a prisão de dois policiais das forças de segurança.

Mas o xeque Ali Salman, líder da oposição xiita, não se deu por satisfeito com esses gestos e pediu uma "monarquia constitucional"com um primeiro-ministro "eleito pelo povo".

No entanto, centenas de pessoas protestaram em várias cidades xiitas, onde os confrontos deixaram ao menos um ferido, segundo Ministério do Interior e testemunhas.

O Iraque também viveu nesta quarta-feira o dia mais violento desde o início dos protestos há duas semanas, com a morte de um jovem manifestante ao sul de Bagdá. A multidão, enfurecida, incendiou edifícios públicos em protesto contra a ausência de serviços públicos.

Na Argélia, onde uma passeata proibida pelo governo enfrentou em 12 de fevereiro um grande dispositivo de segurança, uma nova manifestação está prevista para o próximo sábado.

Na Líbia, onde foi convocado para quinta-feira um "dia de ira", segundo os chamados lançados através do Facebook, as autoridades libertaram nesta quarta-feira 110 islamitas do Grupo Islâmico de Combate Líbio (GICL), o que soma um total de mais de 360 "prisioneiros políticos" libertados desde março.

O GICL reafirmou em 2007 sua determinação de derrubar o regime de Muamar Kadafi para substituí-lo por um Estado islâmico radical. Depois declarou fazer parte da rede Al-Qaeda.

No Egito, o ministro da Saúde, Sameh Farid, afirmou que 365 pessoas morreram e outras 5.500 ficaram feridas durante os 18 dias de manifestações que terminaram com a queda do presidente Hosni Mubarak.