terça-feira, 15 de março de 2011

Revoltas chega na Líbia

Onda de revolta chega à Líbia e ao Iraque e ganha força no Irã, Iêmen e Bahrein
France Presse
imprimir
DUBAI, 16 Fev 2011 (AFP) -Os protestos que abalam o mundo muçulmano desde as revoltas na Tunísia e Egito chegaram à Líbia e aumentaram as tensões nesta quarta-feira no Irã, em Bahrein e Iêmen.

No Iêmen, duas pessoas morreram vítimas de tiros disparados pela polícia em Aden e pelo menos outras duas ficaram feridas durante um protesto nesta cidade do sul do país.

Uma delas ficara gravemente ferida anteriormente por disparos da polícia de choque durante uma concentração.

Os manifestantes tomaram de assalto a sede da subprefeitura de Mansura, um dos bairros de Aden, e incendiaram quatro veículos. As forças de segurança atiraram para dispersar os manifestantes, que responderam atirando pedras contra os policiais.

Em Sanaa, a capital, milhares de estudantes e advogados gritavam "Depois de Mubarak, Ali", em referência o presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos.

Os manifestantes tentaram chegar à praça Tahrir (Libertação), que tem o mesmo nome da praça do Cairo, epicentro da revolução, mas as forças de segurança impediram o avanço.

Centenas de partidários do partido Congresso Popular Geral (CPG, no poder) atacaram os manifestantes com cassetetes, facas e pedras.

O protesto foi organizado por estudantes e integrantes da sociedade civil. A oposição parlamentar, que decidiu retomar o diálogo com o regime, não participou.

Em Taez, ao sul da capital, milhares de manifestantes pediram mudança de regime e oito pessoas ficaram feridas quando a polícia dispersou o protesto, segundo testemunhas.

No Irã, a oposição reformista conseguiu organizar na segunda-feira a primeira manifestação contra o governo em um ano em Teerã, apesar das advertências das autoridades, que proibiram qualquer protesto e mobilizaram amplamente as forças de segurança.

Em resposta, o regime iraniano convocou um dia "de ódio e ira" para a sexta-feira contra a sublevação dos chefes da oposição Mir Hussein Mousavi e Mehdi Karubi, num momento em que se multiplicam os chamados para que estes sejam castigados pelos protestos de segunda-feira contra o governo.

Em Bahrein, apesar da proibição, milhares de pessoas voltaram a protestar contra o governo durante o enterro em Manama de um estudante morto na véspera durante um protesto.

Mais de 2.000 pessoas participaram do funeral de Fadel Salman Matruk, baleado durante um protesto, em frente ao hospital onde era velado outro manifestante xiita morto.

"O povo quer derrubar o regime", gritavam os manifestantes, retomando slogans das revoltas que já derrubaram regimes autoritários de Tunísia e Egito.

O ministro do Interior, xeque Rashed bin Abdullah Al Khalifa, apresentou nesta quarta-feira desculpas e anunciou a prisão de dois policiais das forças de segurança.

Mas o xeque Ali Salman, líder da oposição xiita, não se deu por satisfeito com esses gestos e pediu uma "monarquia constitucional"com um primeiro-ministro "eleito pelo povo".

No entanto, centenas de pessoas protestaram em várias cidades xiitas, onde os confrontos deixaram ao menos um ferido, segundo Ministério do Interior e testemunhas.

O Iraque também viveu nesta quarta-feira o dia mais violento desde o início dos protestos há duas semanas, com a morte de um jovem manifestante ao sul de Bagdá. A multidão, enfurecida, incendiou edifícios públicos em protesto contra a ausência de serviços públicos.

Na Argélia, onde uma passeata proibida pelo governo enfrentou em 12 de fevereiro um grande dispositivo de segurança, uma nova manifestação está prevista para o próximo sábado.

Na Líbia, onde foi convocado para quinta-feira um "dia de ira", segundo os chamados lançados através do Facebook, as autoridades libertaram nesta quarta-feira 110 islamitas do Grupo Islâmico de Combate Líbio (GICL), o que soma um total de mais de 360 "prisioneiros políticos" libertados desde março.

O GICL reafirmou em 2007 sua determinação de derrubar o regime de Muamar Kadafi para substituí-lo por um Estado islâmico radical. Depois declarou fazer parte da rede Al-Qaeda.

No Egito, o ministro da Saúde, Sameh Farid, afirmou que 365 pessoas morreram e outras 5.500 ficaram feridas durante os 18 dias de manifestações que terminaram com a queda do presidente Hosni Mubarak.

Nenhum comentário:

Postar um comentário